A hoje cidade de Tapiramutá teve início da seguinte forma:
Inicialmente habitada pelos índios Paiaiá e posteriormente por caçadores
que no intuito de abater tapiras (antas), presas de carne saborosa e de
grande valor comercial – por haver, naquela época, no local, muitas
matas, onde vivia grande quantidade destes animais -, os caçadores que
por ali caçavam, construíram pequenas casas de palha, provavelmente em
número de quatro, faziam suas esperas e abatiam as antas quando estas se
aproximavam. A carne destes animais era exportada para Vila Ventura –
naquele tempo, local de grande movimento devido à exploração de diamante
e outros minerais.
O lugarejo recebeu a denominação de Palha (primeiro nome) por volta
de mais ou menos 1901, por causa da existência de palhoças feitas pelos
caçadores, entre outros: Pedro Carcará, Cláudio, Benício, Gaudêncio,
tendo na liderança o Sr. Hilário Bispo dos Santos. Existia numa das
casas, uma bodega onde eram vendidos cereais e bebidas alcoólicas.
Ali pelo ano de 1901, o cidadão Hilário Bispo, construiu a
primeira casa de telha, na praça que hoje tem o nome de Eliodório Nery.
Em seguida construíram-se muitas outras. Outros que por aqui foram
chegando, iniciaram novas construções, das quais devemos destacar as
seguintes: uma capela que foi coberta de palhas e um barracão, onde o
povo começou se reunia para a feira-livre. Toda via a chefia do Povoado
que começava a crescer era do Sr. Hilário Bispo.
Na citada capela foi celebrada a primeira missa, no ano de
1913, pelo Padre de Mundo Novo, José Dias, segundo depoimento de D.
Maximiana Barbosa, que também se casou naquela data. Mais tarde foi
construído um templo na praça que hoje tem o nome de João Américo de
Oliveira, coberta de telha, no qual foi sepultada a primeira esposa do
Sr. Hilário Bispo.
Lá pelo ano de 1910 o lugarejo ganha um novo nome, passando de
Palha para Espera D’anta. Desta espera de antas é que surgiu o nome
Espera D’anta, oficializado como Distrito de Mundo Novo, pelo Decreto
Estadual 9.337 de 21.02.1935.
Os habitantes que por aqui vieram, nos primeiros anos de vida
de Espera D’anta, são dentre outros: Honorato Fernandes de Souza e
irmãos, Hilário Bispo dos Santos e família, João Virgulino, João
Venâncio, João Almeida, José Vieira, Afonso Gomes, Pedro Almeida,
Joaquim Fogueteiro, Zacarias Rosa, José Francisco, Leonardo Queiroz,
Heliodório Nery e família. Algum ano mais tarde, chegou a terra o Sr.
João Américo de Oliveira, que construiu uma casa na praça que hoje tem o
seu nome.
Ajudou a dar um aspecto novo às construções que iam
surgindo e lutou para a mudança de um barracão para a nova praça,
conseguindo assim o seu ideal, com a colaboração do Prefeito de Mundo
Novo. Veio, também, o jovem Virgílio de Pinho Pedreira da Silva, para o
lugar, gastando, assim, a sua mocidade em prol do bem-estar de Espera
D’anta até chegar a sua emancipação, tendo sido seu primeiro prefeito.
Vieram
também no ano de 1950, o jovem casal Almerindo Guimarães Chaves e sua
esposa, D. Clarice Lima Chaves, onde assumiram o Cartório de Registro
Civil desta Vila, prestando relevantes serviços à comunidade local até a
morte de ambos. O cidadão Péricles Alves de Lima, cirurgião-dentista,
para aqui veio residir, dando, assim, toda sua vida em serviço dos
humildes, ajudando esta vila em seu crescimento.
A mudança de Espera D’anta para Tapiramutá teve como razão o
seguinte: em língua indígena Tapira – que quer dizer anta – e mutá–
Espera. (Tapirus, mutá), (Espera de antas). Daí o nome Tapiramutá. A
mudança foi oficializada através do Decreto Estadual 11.098.
Tapiramutá teve sua emancipação política no dia 27 de julho de
1962, pela Lei 1.747. Sua primeira eleição ocorreu no dia 03 de outubro
do mesmo ano, sendo eleito para Prefeito o Sr. Virgílio Pedreira
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